quinta-feira, 21 de abril de 2011

Paulina Chiziane

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Falemos um pouco a respeito desta grande escritora mocambicana, que por acaso nasceu na terra dos meus progenitores.

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, a 4 de Junho 1955.

Paulina Chiziane cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo, anteriormente
chamada Lourenço Marques. Nasceu numa família protestante onde se falavam as
línguas Chope e Ronga. Aprendeu a língua portuguesa na escola de uma missão
católica.

Começou os estudos de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem,
porém, ter concluído o curso.

Participou activamente à cena política de Moçambique
como membro da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), na qual militou durante
a juventude.[1] A escritora declarou, numa entrevista, ter apreendido a arte da militância
na Frelimo. Deixou, todavia, de se envolver na política para se dedicar à escrita e publicação
das suas obras. Entre as razões da sua escolha estava a desilusão com as directivas políticas do partido Frelimo
pós-independência, sobretudo em termos de políticas filo-ocidentais e ambivalências ideológicas internas do partido
, quer pelo que diz respeito às políticas de mono e poligamia, quer pelas posições de economia política marxista-leninista
, ou ainda pelo que via como suas hipocrisias em relação à liberdade económica da mulher.

Iniciou a sua actividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana. Com o seu primeiro livro,
Balada de Amor ao Vento, editado em 1990, tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um romance.

"Ventos do Apocalipse", concluído em 1991, saiu em Maputo em 1995 como edição da autora e
foi publicado pela Caminho em 1999. O "Sétimo Juramento" e "Niketche" foram publicados em
Portugal em 2000 e 2002, respectivamente. "Balada de Amor ao Vento" é o seu quinto romance

Paulina Chiziane foi venerada pelos seus feitos como uma pessoa que escreve o
que vem de ventre de uma mãe, pela Casa de Moçambique em Portugal.

Esse facto fez com Chiziane vivesse alguns momentos de nostalgia e revelou ser
a primeira homenagem na sua vida

Esta escritora disse ainda que o tributo reflecte o longo percurso que teve que
percorrer desde o inicio das suas lides literárias até ao reconhecimento.
E considera que é o culminar de uma época pelo facto de estar a ser reconhecida ainda viva.

Para Enoque João da Casa de Moçambique em Portugal a motivação pesou pelo facto da
Paulina ser uma escritora que escreve o melhor da cultura moçambicana, escrevendo a alma,
o pensamento e o estar de um povo.

Para além de ter sido entregue uma estatueta Paulina foi convida a participar dos 35 anos
da Independência de Moçambique em Portugal.

Chiziane tem seis obras publicadas e traduzidas em vários idiomas.

 

Obras
Balada de Amor ao Vento:
1.ª edição, 1990.
Lisboa, Caminho, 2003. ISBN 9789722115575.
Ventos do Apocalipse:
Maputo, edição do autor, 1993.
Lisboa, Caminho, 1999. ISBN 9789722112628.
O Sétimo Juramento. Lisboa, Caminho, 2000. ISBN 9789722113298.
Niketche: Uma História de Poligamia:
Lisboa, Caminho, 2002. ISBN 9789722114769.
Maputo, Ndjira, 2009, 6ª edição, ISBN 9789024796281.
O Alegre Canto da Perdiz. Lisboa, Caminho, 2008. ISBN 9789722119764.


Prémios
Prémio José Craveirinha de 2003, pela obra Niketche: Uma História de Poligamia

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